As três grandes revoluções industriais estiveram especialmente baseadas em um mesmo elemento comum: a energia.
Seja pela força motriz ou pelas telecomunicações, o manejo energético tem sido o grande responsável pelos saltos evolutivos que temos presenciado.
Entretanto, apesar de terem sido benéficas à humanidade em vários aspectos, o que percebemos é que estas revoluções tem ligação direta com as crescentes crises globais tais como os impactos devastadores das mudanças climáticas, a degradação do nosso ambiente natural e as perdas nos sistemas financeiros.
É difícil negarmos que nossa evolução humana dos últimos dois séculos baseada na revolução industrial tem falhado por se mostrar insustentável.
Chegou o momento de reescrevermos nosso futuro comum com soluções que garantam o acesso universal a energia aliado a um clima estável, afastando a humanidade do atual sistema energético altamente poluente baseado em combustíveis fósseis.
O movimento “100% Energia Renovável” tem ganhado força em todo o mundo, onde governos, nações, empresas, comunidades e os próprios cidadãos tem buscado autonomia energética através de fontes renováveis e limpas.
Cidades como Vancouver, Georgetown e Coffs Harbour são apenas algumas das recentes adições ao movimento global crescente, que tiveram como inspiração as cidades pioneiras de Copenhagen, San Francisco, Sydney, e Frankfurt.
Já no campo da inovação social, um bom exemplo é de engenheiros do MIT que começaram a implantar um sistema baseado em energia solar fotovoltaica para dessalinizar e levar água potável às zonas rurais da Índia.
Empresas globais como Facebook, Google, Ikea e Apple também buscam essa transformação em direção a autonomia energética renovável por razões comerciais.
Outro exemplo é dado pela Unilever, que atingiu um marco histórico de redução emissões da ordem de 1 milhão de toneladas de CO2 desde 2008 em sua cadeia de produção, com base na transição energética e alterações no modelo de consumo energético, que resultou também em significativa redução de custos (aprox. R$ 1 Bilhão).
Nossa geração se tornou não só testemunha de uma crise sem precedentes, mas também coadjuvante de uma transformação sem precedentes, pois as fontes de energias renováveis estão ganhando a corrida contra as fontes fósseis, e a questão não é mais SE o mundo será totalmente alimentado com energia renovável, mas sim QUANDO.
Cabe a cada um de nós fazermos essa transição a nossa maneira, optando por energias renováveis e pelo consumo energético mais eficiente.
Cabe ainda refletirmos sobre aquilo que não estamos fazendo por causa do medo do fracasso, por estarmos fazendo o diferente. Precisamos inspirar a mudança através da liderança e pelo bom exemplo.
Benyamin Parham Fard
Engenheiro Especialista em
Gestão da Sustentabilidade
publicado no jornal A NOTÍCIA em 19/05/2015