Arquivo da categoria: Sustentabilidade

AREIA DE FUNDIÇÃO, AGORA UM ATIVO

Em outubro o Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA), aprovou a Resolução nº 26/2013 que, possibilita a utilização de areias descartadas de fundição para a “produção de concreto asfáltico, artefatos de concreto, assentamento de tubulações, cobertura diária em aterros sanitários e industriais; base, sub-base e reforça de subleito para execução de estradas e rodovias (incluindo vias urbanas) e cerâmica vermelha”. Agora, como matéria prima, as areias descartadas de fundição trarão menores custos à indústria, serão descaracterizados enquanto resíduos eliminando a permanente responsabilidade jurídica do gerador, criarão uma nova cadeia de valor do segmento de reciclagem, reduzirão os custos das indústrias secundárias utilizadoras deste material e, principalmente, deixarão de ocupar importante espaço nos aterros industriais, prolongando assim sua vida útil e reduzindo a necessidade da criação de novos aterros. Quando a solicitação para solução desse problema surgiu, na época eu ainda era Vice-Presidente de Meio Ambiente ACIJS. Nós apoiamos o pedido, por se tratar de uma política publica sustentável de grande relevância para se criar um ambiente favorável de negócios, com embasamento técnico e científico que garantem a segurança jurídica necessária para as empresas envolvidas no processo. A decisão efetivamente transforma um antigo e conhecido passivo ambiental em um ativo, e cria um ciclo de nova economia reduzindo drasticamente os impactos diretos e indiretos do seu ciclo de vida. Desta forma, o Governo acerta, a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS) acerta, o Consema cumpre seu importante papel, pois além de assegurar dinamismo às empresas catarinenses, reduz custos, gera competitividade, e assegura um verdadeiro desenvolvimento sustentável, com o equilíbrio entre o economicamente viável, o ambientalmente correto e socialmente justo.

Benyamin Parham Fard
Engenheiro Especialista em
Gestão da Sustentabilidade

publicado no jornal A NOTÍCIA em 17/10/2013

NASCE UM NOVO AMANHÃ

Nos últimos anos tem ficado evidente que os valores éticos e princípios morais pelos quais tanto ansiamos estão em finalmente voga, em vários lugares do Brasil.

Não há dúvida alguma que um futuro melhor para nossos filhos e netos, passa necessariamente por um “hoje” consciente e justo, e de fato estamos circundados por cada vez mais pessoas que pensam desta forma.

Por que ainda não somos um país de primeiro mundo, ou “desenvolvidos”? A resposta está nas atitudes em cada um de nós.

Crianças

Nossas escolhas, nossos valores, nossa moral, nossas ações enquanto filhos, irmãos, pais, cidadãos, empregados, empregadores, figuras públicas e mesmo políticos são o que fazem um deste “hoje” a base sólida para um futuro mais digno, mais ético, menos corrupto, menos ganancioso e mais justo.

Um país, para ser verdadeiramente desenvolvido ou de primeiro mundo, depende dos seus cidadãos e de sua visão de curto, médio e longo prazo.

É nosso envolvimento que faz um “hoje” melhor, e permite que nossos filhos sonhem com um novo amanhã. E que futuro é este que queremos para nossos filhos?

As boas práticas causam desdobramentos positivos e cíclicos, que tem o poder de transformar toda uma sociedade, e é neste momento que todos nos encontramos: no momento de fazer a diferença, prover a mudança, plantar a semente.

Se cada um de nós fizer o seu melhor, praticando o bem e resgatando velhos hábitos como o respeito aos recursos e patrimônios públicos, respeito aos cidadãos, a justiça social, a equidade étnica e racial, a proteção ao meio ambiente, a transparência fiscal e o combate à corrupção, certamente estaremos preparando o terreno fértil para este movimento.

Não são nossos filhos os responsáveis por fazer um mundo melhor, mais digno e justo, mas sim nós mesmos, durante o “hoje”, através das nossas ações. Não podemos, tampouco devemos passar adiante este pesado fardo que nos cabe.

Entretanto, podemos e devemos praticar na íntegra os dizeres dos franceses do século 18 quando buscavam pelo fim da opressão e tirania: “Liberté, Egalité, Fraternité” (Liberdade, igualdade, fraternidade), pois somente através do bem, de boas ações e de pessoas livres poderemos alcançar um futuro próspero para nossos filhos e netos.

Neste hoje, faça a diferença e deixe um legado para seus entes mais queridos (filhos, netos) e para as futuras gerações na sua cidade, estado, país e em todo o mundo. Pratique atitudes sustentáveis, seja participativo, pratique cidadania!

Benyamin Parham Fard
Engenheiro Especialista em
Gestão da Sustentabilidade

 publicado no jornal O CORREIO DO POVO em 19/03/2013

A LOGÍSTICA REVERSA

A Logística Reversa (ou Manufatura Reversa) consiste basicamente no ciclo reverso da produção como conhecemos. Este processo visa o de retorno dos materiais e/ou componentes de um determinado produto manufaturado ao fabricante do mesmo ou a um destino final correto para preservação de marca/tecnologia e disposição sustentável de seus resíduos resultantes.

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Este processo, previsto na Lei nº 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), tem entre suas etapas mais importantes:

  • O possível retorno de um produto ao fabricante no seu fim de ciclo de vida;
  • A reutilização das matérias primas dentro do ciclo produtivo do fabricante;
  • A correta e adequada disposição dos resíduos não recicláveis;
  • O gerenciamento completo dos resíduos;

No seu artigo 3º, a PNRS prevê que a logística reversa é um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.

Adicionalmente a lei prevê a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos como instrumentos para sua viabilidade.

Na atual legislação, são obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de:

  • Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, e outros produtos cuja embalagem após o uso constitua resíduo perigoso;
  • Pilhas e baterias;
  • Pneus;
  • Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
  • Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
  • Produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
  • Aos consumidores cabe o dever de efetuar a devolução após uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos produtos e das embalagens listados, e de outros produtos ou embalagens objeto de logística reversa.

A prática da Logística Reversa é um exercício diário de cidadania e de sustentabilidade!

Benyamin Parham Fard
Engenheiro Especialista em
Gestão da Sustentabilidade

publicado na REVISTA NEGÓCIOS (MUNDI) 09/2011

SUSTENTABILIDADE E ÉTICA

publicado no jornal FOLHASC em 21/05/2011

Quais são os valores éticos que instituições públicas, corporações, empresas e até mesmo cidadãos devem possuir para fazer perdurar o real sentido da sustentabilidade? Vários!

Do mais simples ato à decisão mais complexa, a ética deve sempre pautar as atitudes e desdobramento de atos das pessoas envolvidas nos processos de desenvolvimento sustentável.

Fosforos

De nada vale vestir uma roupagem em sintonia com as exigências de mercado, se na realidade todo aquele conjunto de atitudes não lhe faz sentido ou nada significa para seu desenvolvimento pessoal e profissional.

A ética é algo que trazemos de berço, das nossas famílias, e se fortalece ao longo de nossa jornada de desenvolvimento humano frente a sociedade, e não é algo que pode ser “emprestado” do colega ao lado.

Para que o desenvolvimento sustentável (econômico, social, ambiental, de governança, de direitos humanos, etc.) se transforme em realidade nos órgãos e autarquias públicas, nas grandes multinacionais, em medias e pequenas empresas e até mesmo em nossas vidas, precisamos acreditar naquilo que praticamos.

VOLUNTARIADO

A sociedade e o mercado consumidor, bem como os demais “stakeholders” podem até acreditar em sua boa fé ou intenções louváveis de forma superficial e temporária, mas jamais esta maquiagem irá conquistar e fidelizar seu publico alvo, seja ele qual for.

A verdade e a ética caminham juntas, e dificilmente o sucesso ou desenvolvimento são apercebidos de forma desconexa da imagem pública e dos valores éticos.

Quando se assume uma postura sustentável frente à sociedade, não se pode “secretamente” edificar seus objetivos e metas sobre a sonegação, corrupção, má fé, discriminação e crimes contra a sociedade e meio ambiente.

Aqueles que apenas fingem serem economicamente transparentes, ambientalmente responsáveis e/ou socialmente justos, simplesmente estão fadados a grandes quedas e fracassos, que podem ou não ser reversíveis.

De forma geral, atitudes sustentáveis também estão pautadas em fortes valores éticos e morais, na justiça e no bem.

Faça destes seus valores éticos, bem como pratique cidadania e o bem àqueles que o cercam para que suas atitudes se desdobrem em um circulo virtuoso e tragam à sociedade o tão desejado desenvolvimento sustentável.

Benyamin Parham Fard
Vice-Presidente de Meio Ambiente da ACIJS

CICLO DE VIDA DE PRODUTOS

publicado no jornal FOLHASC em 09/04/2011

Um tema ligado à gestão de produtos, da origem da matéria prima à gestão dos resíduos pós consumo, e que pode acarretar direta e indiretamente em custos e problemas às empresas fabricantes de bens de consumo, distribuidores e aos consumidores é a Análise de Ciclo de Vida dos produtos industrializados.

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O termo Análise de Ciclo de Vida (ACV) é originário dos Estados Unidos (1990), entretanto ainda em 1969 um dos primeiros estudos deste gênero quantificou necessidades de recursos, emissões e resíduos originados por diferentes embalagens de bebidas, e foi desenvolvido para a Coca Cola.

Em função de seu caráter confidencial, tal estudo nunca foi publicado, mas foi utilizado pela companhia no início dos anos setenta para tomada de decisões sobre suas embalagens, e do ponto de vista técnico um dos resultados mais interessantes foi demonstrar que as garrafas de plástico não eram piores do que as de vidro.

coke

O conceito de ACV tem se estendido além de um simples método para comparar produtos, sendo atualmente visto como uma parte essencial para conseguir objetivos mais abrangentes como a busca pela sustentabilidade, que não se limitam por fronteiras geográficas.

Atualmente a dinâmica consumidora global força os produtos a terem ciclos de vida cada vez mais curtos, e como técnica de sobrevivência diversos produtos de indústrias clássicas tendem a ser revitalizados para se reposicionarem, através da diferenciação e da segmentação do mercado consumidor.

A inovação em produtos relaciona-se diretamente com a gestão do ciclo de vida de produtos, que por sua vez se relaciona com os outros tipos de inovação.

Life Cycle

Na ACV de um produto ou serviço, todo o uso de recursos naturais e emissões ao meio ambiente são determinadas, quando possível, numa forma quantitativa ao longo de todo o ciclo de vida, desde seu “nascimento” até sua “morte”, sendo – com base nestes dados – avaliados os potenciais impactos nos recursos naturais, no ambiente e na saúde humana.

Em resumo, a ACV pode ser utilizada para obter-se um melhor entendimento de todo o sistema utilizado para se produzir um bem de consumo, e assim aprimorá-lo desde a sua manufatura até a sua destinação final quando não mais utilizada, primando pelo ciclo de SUSTENTABILIDADE.

Benyamin Parham Fard
Vice-Presidente de Meio Ambiente da ACIJS

A RELAÇÃO EMPRESAS – MEIO AMBIENTE

publicado na REVISTA NEGÓCIOS (MUNDI) 09-10/2010

Milhares de informações sobre o meio ambiente, vindas de diferentes fontes de notícias invadem e inundam o dia-a-dia dos empresários, entretanto, o que a grande maioria dos empreendedores tem se perguntado é: O que fazer com tanta informação sobre meio ambiente?

Em primeiro lugar os empreendedores e suas equipes gestoras devem compreender que, em suas empresas, dispêndios financeiros com Meio Ambiente não são um custo, mas sim um INVESTIMENTO.

Todos sabem que a falta de uma licença ambiental pode resultar em inúmeras dores de cabeça, que podem variar do bloqueio de acesso a recursos bancários ou perda de clientes mais exigentes, chegando até mesmo ao encerramento das atividades da empresa por operar ilegalmente e em desacordo com os preceitos ambientais.

Em outras palavras, nesta última década a adequação ambiental nas empresas passou de algo supérfluo para uma obrigação de vital importância, de modo que diversos empresários têm tratado o assunto como uma das mais relevantes na operacionalização de seus negócios, dedicando inclusive investimentos massivos em adequação e regularização de suas atividades frente às novas e dinâmicas exigências legais ambientais.

Estar tecnicamente bem assessorado é um dos pilares mestre para se edificar uma estrutura segura frente aos diversos entraves competitivos do empreendedorismo moderno.

amendoim

O que realmente deve fazer o empreendedor refletir é a nova oportunidade de crescimento e de alavancagem de negócios frente aos seus olhos: O mote “Meio Ambiente” e a volumosa geração de negócios intrínsecos ao tema, em uma velocidade surpreendente.

São incontáveis os cases de sucesso de empresários e suas empresas, que despertaram para esta consciência global para o meio ambiente, e dela fizeram seu caminho de crescimento organizacional, multiplicando exponencialmente seu faturamento e abocanhando este novo nicho de mercado para seus produtos, agregando assim valores intangíveis à sua marca.

Logicamente não basta apenas ter uma conotação ambiental positiva ligada à sua empresa, mas possuir um produto ruim, um serviço mal prestado ou mesmo não estar posicionado em preço e aceitação no mercado, pois nestes casos o “mercado verde” nada pode fazer pela marca em questão.

Um único cuidado deve ser tomado: uma empresa jamais deve divulgar ao mercado alguma ação “ambientalmente correta” ou “em prol da natureza”, se esta for caracterizada como Green Washing, ou seja, uma maquiagem verde, pois nestes casos o feitiço pode virar contra o feiticeiro.

Não há segredos ou mistérios quando se está bem preparado, seja em um encontro com um cliente em potencial, na participação de uma licitação ou concorrência, no avanço de mercado sendo cada vez mais competitivo, ou mesmo seja no simples cuidado com o meio ambiente por zelo ou pela consciência sustentável.

Uma empresa bem preparada é uma empresa vencedora. É uma empresa sustentável.

Benyamin Parham Fard

Vice-Presidente de Meio Ambiente da ACIJS

CONSUMO INTELIGENTE DE ENERGIA ELÉTRICA

publicado no jornal FOLHASC em 21/08/2010

É crescente o número de pessoas que tem se esforçado em tomar atitudes sustentáveis no seu dia-a-dia tais como a prática da coleta seletiva do lixo, o reuso de materiais, a reciclagem, mas será que não estamos esquecendo algo tão importante quanto estas boas praticas cotidianas? O que a grande maioria das pessoas não percebe é que muitas vezes pequenas ações podem reduzir em muito as despesas domésticas, além de serem atitudes ambientalmente sustentáveis, e é neste âmbito que se insere o consumo inteligente de energia, ou eficiência energética.

LED

A humanidade tem buscado superar a era da geração de energia baseada em combustíveis fósseis através de alternativas renováveis de energia, mas isto não acontece da noite para o dia.

O Brasil e é um belo exemplo deste modelo, com base em sua grande capacidade hídrica e na experiência de suas várias décadas em modelos de geração hidroelétrica.

A matriz energética brasileira é predominantemente renovável, ao contrário de outras ao redor do mundo, e muito ainda pode ser feito neste segmento em franca expansão, entretanto a maneira a qual cada cidadão faz uso da energia elétrica poderá ser determinante para os rumos do crescimento econômico, social e ambiental de todo nosso país.

Ações conscientes como a troca de lâmpadas incandescentes por eletrônicas (até 10 vezes mais vida útil e economizam até um terço de energia elétrica), a instalação de aquecedores solares (painéis fototérmicos), a aquisição de eletrodomésticos com melhor classificação de eficiência PROCEL ou ENERGY STAR (importados), ou mesmo a troca de motores elétricos antigos em equipamentos de operação continua por novos com alto rendimento, ajudam a reduzir drasticamente ($) a conta mensal de energia, bem como preservam o meio ambiente, além de gerar mais empregos e renda a diversos segmentos de mercado regional e nacional.

Em inúmeros casos, os investimentos nestas melhorias têm seu retorno financeiro a curto prazo, basta fazer as contas.

Talvez não pareça simples e possível num primeiro momento, mas ao buscar-se o consumo inteligente da energia elétrica, evita-se que, por exemplo, novas usinas termoelétricas a carvão mineral (combustível fóssil, não renovável) entrem em operação, diminuindo por conseqüência suas altíssimas emissões de gases de efeito estufa e contribuindo para a redução do aquecimento global.

De outro lado, seja em casa ou no trabalho, há ações e dicas de sensibilização (de cunho educativo) que também auxiliam na redução do consumo de energia, tais como:

  • Se não há ninguém no ambiente, as lâmpadas precisam mesmo estar ligadas? Pode-se fazer uso da luz natural, abrindo janelas, cortinas e persianas, deixando o sol entrar e iluminar o ambiente ao invés de acender lâmpadas?
  • O ar condicionado está corretamente dimensionado ao ambiente? As portas e janelas estão fechadas durante seu uso? Os filtros são regularmente limpos?
  • É mesmo preciso usar uma torneira elétrica nos dias quentes?
  • Não seria possível pendurar as roupas no varal em vez de usar a secadora?
  • Não é um descuido esquecer o carregador do celular ligado na tomada, gastando assim energia elétrica de forma desnecessária?
  • Tente desabilitar o “screensaver” de seu computador de mesa. O monitor ligado é responsável por até 80% do consumo do computador.
  • Se couber no orçamento, coloque nos seus planos trocar seu monitor comum por um de LCD ou LED. Eles são mais econômicos, ocupam menos espaço na mesa e estão ficando cada vez mais baratos.
  • Se houver possibilidade de escolha na compra, prefira um notebook. Ele consome menos energia que um computador tradicional.

De qualquer forma, é imprescindível que todos saibam da importância do uso consciente e inteligente da energia elétrica, a fim de evitarmos despesas financeiras desnecessárias, além de impactos indiretos ao meio ambiente… Isto é praticar SUSTENTABILIDADE.

Benyamin Parham Fard

Vice-Presidente de Meio Ambiente da ACIJS

O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

publicado no jornal FOLHASC em 14/08/2010

Muito tem se falado atualmente sobre este tema de diferentes interpretações, mas a grande maioria das pessoas que o utilizam acaba por esquecer a real dimensão deste conceito.

Sustentabilidade

Amplamente debatido em 1987 pelo Relatório Brundtland ou Nosso Futuro Comum, o qual fora elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, sob a maestria da primeira-ministra da Noruega – Gro Harlem Brundtland – o tema Desenvolvimento Sustentável abrange segmentos que vão muito além do Meio Ambiente.

Na sua concepção, o Relatório Brundtland basicamente fundamentou-se em três pilares para o desenvolvimento sustentável: Econômico, Social e Ambiental.

Entretanto os pilares “econômico” e “social” são freqüentemente deixados de lado em função da grande pressão da opinião pública nos apelos pela preservação ambiental, o que notoriamente traz prejuízos ao equilíbrio de toda uma estrutura extremamente importante para o desenvolvimento de toda a humanidade.

Pensar em sustentabilidade é pensar também em atividades econômicas e nas pessoas envolvidas direta e indiretamente em seus processos, tendo-se em mente que o mesmo planeta terra em que vivemos, com seus recursos naturais finitos e restrições geográficas, é o planeta que irá abrigar uma população estimada em 10 bilhões de habitantes até o ano de 2050.

Como prover uma estrutura mínima de segurança alimentar, saúde, moradia, saneamento e mobilidade a toda esta população não é dever unilateral do poder público ao redor do mundo, mas também de todo cidadão global solidário com o modelo de desenvolvimento sustentável no qual, existem sim impactos ambientais, econômicos e sociais em sua trajetória, mas para os quais diversos profissionais ao redor do mundo buscam, incessantemente, a mitigação ou minimização de seus efeitos colaterais.

VOLUNTARIADO

O ser humano, dentre todos os seres vivos, é o único capaz de gerar impactos irreversíveis ao meio ambiente no espaço temporal que conhecemos, e isto é um fato.

Entretanto a sociedade deve deixar de lado a “demagogia ambiental” que permeia a mente dos leigos (e menos informados), e buscar o conhecimento através de fatos e versões para formar uma clara opinião sobre as vertentes do desenvolvimento da raça humana, o qual já nos impacta cotidianamente e que certamente irá impactar o futuro de nossos filhos e netos.

De nada vale ser contra a derrubada de florestas nativas, mas possuir em suas casas móveis fabricados a partir de madeira de origem ilícita ou duvidosa, bem como de nada vale ser contrário à instalação de uma indústria local, mas continuar comprando bens de consumo dos Chineses (ex.) transferindo assim ônus e bônus (leia-se empregos, recursos, problemas, etc.) a um outro continente.

Na língua inglesa utiliza-se o termo N.I.M.B.Y. (not in my back yard), ou seja, não no quintal da minha casa para descrever este fenômeno, e esta expressão simboliza muito bem a realidade em que vivemos, onde grande parte da sociedade “finge” que determinado problema (ambiental, social ou econômico) não existe quando distante, mas não o admite perto de seu quintal.

Deve sempre se ponderar sobre o desenvolvimento local, regional e global, e não fazer critica sem argumentos plausíveis ou sem alternativas e sugestões de ações realizáveis a curto, médio e longo prazo.

No momento em que a sociedade civil organizada se despir de pré-conceitos sobre temas que pouco conhece (ou que não faz questão de conhecer) e encará-los com seriedade, então realmente poder-se-á praticar o Desenvolvimento Sustentável.

Benyamin Parham Fard
Vice-Presidente de Meio Ambiente da ACIJS