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A NOVA ENERGIA DE TESLA

Quando Elon Musk, CEO da Tesla Motors, anunciou na no último dia 30 de Abril seu novo – e surpreendente – projeto, o Tesla Powerwall, certamente este trouxe um novo olhar do mundo para a forma como armazenamos e utilizamos energia.

O lançamento de Musk tem, na realidade, muito daquilo que era um dos sonhos de Nikola Tesla, inventor americano de origem croata do século XIX, considerado um dos pais da Segunda Revolução Industrial.

Tesla teve contribuições revolucionárias nas áreas do electromagnetismo, potência elétrica e da corrente alternada, além de ser considerado o inventor do rádio, e estes diversos legados conferiram a seu sobrenome a unidade do Sistema Internacional de Unidades (SI) “B”, que mede a densidade do fluxo magnético ou a indução eletromagnética.

Nikola Tesla sonhava em levar a energia para todo o mundo, e é este o espírito do novo projeto de Musk, através de sua empresa que não coincidentemente carrega o honroso sobrenome de Nikola.

O conceito do Tesla Powerwall é trazer autonomia energética a residências e empresas que busquem a energia renovável como forma de reduzir o consumo de combustíveis fósseis no planeta, através da micro e mini geração de energia distribuída autogeração solar ou eólica.

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Na prática, o conceito de Musk segue a filosofia de Steve Jobs, que faz os consumidores em escala global enxergarem valor em seus produtos, e com isso Musk está transformando o ecossistema energético das cidades através da autogeração energética aliada a acumuladores de energia “amigáveis”.

De fato, para que haja uma verdadeira revolução energética global, é fundamental que cada consumidor de energia seja minimamente autossuficiente na geração de sua energia, permitindo que a energia de larga escala (Hidrelétricas e Termoelétricas, por exemplo) seja utilizada para fins mais nobres, como o uso industrial.

images (1)Outra vantagem desta nova realidade é que a micro e mini geração distribuída (residências autossuficientes, por exemplo) com armazenamento local reduzem significativamente as perdas com transmissão e distribuição para aquele consumidor, barateando e simplificando o sistema energético das cidades.

Nikola Tesla morreu pobre aos 86 anos, pois sua mente brilhante estava muito a frente de seu tempo e a tecnologia global não conseguira acompanha-lo em realizações, entretanto o seu legado para a humanidade perdura, e certamente através de empreendedores como Elon Musk e outros tantos entusiastas haveremos de alcançar não só a tão sonhada autossuficiência energética, mas também outras inovações como a transmissão de energia sem fio em larga escala (witricity), como também idealizado por Nikola.

Um futuro sustentável depende de homens de visão tanto para a concepção quanto para a realização, e de sensibilidade global para o bem da humanidade.

Benyamin Parham Fard
Engenheiro Especialista em
Gestão da Sustentabilidade

publicado no jornal A NOTÍCIA em 05/05/2015

CONSUMO INTELIGENTE DE ENERGIA ELÉTRICA

publicado no jornal FOLHASC em 21/08/2010

É crescente o número de pessoas que tem se esforçado em tomar atitudes sustentáveis no seu dia-a-dia tais como a prática da coleta seletiva do lixo, o reuso de materiais, a reciclagem, mas será que não estamos esquecendo algo tão importante quanto estas boas praticas cotidianas? O que a grande maioria das pessoas não percebe é que muitas vezes pequenas ações podem reduzir em muito as despesas domésticas, além de serem atitudes ambientalmente sustentáveis, e é neste âmbito que se insere o consumo inteligente de energia, ou eficiência energética.

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A humanidade tem buscado superar a era da geração de energia baseada em combustíveis fósseis através de alternativas renováveis de energia, mas isto não acontece da noite para o dia.

O Brasil e é um belo exemplo deste modelo, com base em sua grande capacidade hídrica e na experiência de suas várias décadas em modelos de geração hidroelétrica.

A matriz energética brasileira é predominantemente renovável, ao contrário de outras ao redor do mundo, e muito ainda pode ser feito neste segmento em franca expansão, entretanto a maneira a qual cada cidadão faz uso da energia elétrica poderá ser determinante para os rumos do crescimento econômico, social e ambiental de todo nosso país.

Ações conscientes como a troca de lâmpadas incandescentes por eletrônicas (até 10 vezes mais vida útil e economizam até um terço de energia elétrica), a instalação de aquecedores solares (painéis fototérmicos), a aquisição de eletrodomésticos com melhor classificação de eficiência PROCEL ou ENERGY STAR (importados), ou mesmo a troca de motores elétricos antigos em equipamentos de operação continua por novos com alto rendimento, ajudam a reduzir drasticamente ($) a conta mensal de energia, bem como preservam o meio ambiente, além de gerar mais empregos e renda a diversos segmentos de mercado regional e nacional.

Em inúmeros casos, os investimentos nestas melhorias têm seu retorno financeiro a curto prazo, basta fazer as contas.

Talvez não pareça simples e possível num primeiro momento, mas ao buscar-se o consumo inteligente da energia elétrica, evita-se que, por exemplo, novas usinas termoelétricas a carvão mineral (combustível fóssil, não renovável) entrem em operação, diminuindo por conseqüência suas altíssimas emissões de gases de efeito estufa e contribuindo para a redução do aquecimento global.

De outro lado, seja em casa ou no trabalho, há ações e dicas de sensibilização (de cunho educativo) que também auxiliam na redução do consumo de energia, tais como:

  • Se não há ninguém no ambiente, as lâmpadas precisam mesmo estar ligadas? Pode-se fazer uso da luz natural, abrindo janelas, cortinas e persianas, deixando o sol entrar e iluminar o ambiente ao invés de acender lâmpadas?
  • O ar condicionado está corretamente dimensionado ao ambiente? As portas e janelas estão fechadas durante seu uso? Os filtros são regularmente limpos?
  • É mesmo preciso usar uma torneira elétrica nos dias quentes?
  • Não seria possível pendurar as roupas no varal em vez de usar a secadora?
  • Não é um descuido esquecer o carregador do celular ligado na tomada, gastando assim energia elétrica de forma desnecessária?
  • Tente desabilitar o “screensaver” de seu computador de mesa. O monitor ligado é responsável por até 80% do consumo do computador.
  • Se couber no orçamento, coloque nos seus planos trocar seu monitor comum por um de LCD ou LED. Eles são mais econômicos, ocupam menos espaço na mesa e estão ficando cada vez mais baratos.
  • Se houver possibilidade de escolha na compra, prefira um notebook. Ele consome menos energia que um computador tradicional.

De qualquer forma, é imprescindível que todos saibam da importância do uso consciente e inteligente da energia elétrica, a fim de evitarmos despesas financeiras desnecessárias, além de impactos indiretos ao meio ambiente… Isto é praticar SUSTENTABILIDADE.

Benyamin Parham Fard

Vice-Presidente de Meio Ambiente da ACIJS