GOOGLE E A ENERGIA SOLAR

Atualmente, é quase impossível imaginar nossa vida sem o uso da energia elétrica.

Com o uso cada vez mais intensivo pela humanidade, também são cada vez maiores as buscas por alternativas que garantam sustentabilidade a este que é, sem sombra de dúvidas, um dos principais insumos do nosso cotidiano, seja na indústria e comércio, ou mesmo nas nossas residências.

Milhares de frentes de pesquisa ao redor do planeta inovam ao buscar trazer a geração de energia o mais próximo possível da unidade consumidora, assegurando assim a tão sonhada geração distribuída e evitando o colapso dos sistemas elétricos baseados em grandes unidades geradoras.

Uma das formas de atenuar os riscos do sistema elétrico é justamente apostar na diversificação das alternativas de geração.

Segundo dados da Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a matriz energética brasileira é baseada principalmente em geração Hidroelétrica (~66%), seguida da Termoelétrica (28,4%), Eólica (4,32%), Nuclear (1,46%) e Solar Fotovoltaica (0,01%).

Estes números se justificam pela abundância de recursos hídricos no país, e também pela necessidade da nação contar com a chamada geração de energia “firme”, ou seja, aquela que está disponível a qualquer momento que haja demanda pelo uso.

Entretanto, com a inovação tecnológica e aumento do apelo global por opções energéticas de baixo impacto ambiental, eis que tomam vigor as energias tidas como alternativas (Eólica e Solar Fotovoltaica), que tem ganhado cada vez mais adeptos e, consequentemente, escala de produção e instalação.

Apesar de ser a última colocada na nossa matriz energética nacional, e possuir baixo rendimento, limitações de geração atrelada à luz do dia e condições meteorológicas, a Energia Solar Fotovoltaica (transformação da irradiação solar em eletricidade) é a alternativa que tem ganhado mais força ao redor do planeta, assim como no Brasil.

Neste cenário de irracional de aumento do custo da energia elétrica, o mercado Solar Fotovoltaico está ganhando “efervescência”, e com isso atraído cada vez mais apoiadores, como é o caso da gigante Google.

Neste mês de agosto, a Google lançou seu projeto intitulado Google Project Sunroof, uma proposta genial que é basicamente oferecer às pessoas uma visão de quanto seus telhados poderiam gerar de energia elétrica caso instalassem sistemas Solares Fotovoltaicos.

Através de imagens de satélite e simulações de irradiação solar, esta nova ferramenta (ainda disponível somente para os EUA) calcula o potencial energético de seu telhado, indica instaladores mais próximos, e permite também estimar o custo dos equipamentos e a remuneração que os mesmos trariam, fazendo um balanço financeiro que resulta no tempo em que o investimento se pagaria, e a partir de quando aquela energia sairia “de graça”.

Atualmente, com base na Resolução 482/2012 da ANEEL é permitido – a qualquer unidade consumidora no Brasil – gerar energia e devolvê-la à rede, cabendo à concessionária local (Celesc no caso de Santa Catarina) a função de realizar o balanço entre energia consumida e energia gerada, possibilitando assim redução na conta de energia.

De fato, quanto mais residências gerarem energia durante o dia (horário em que quase não há consumo residencial) e a disponibilizarem à rede elétrica, mais energia estará disponível às empresas que trabalham justamente durante o período diurno, permitindo que este balanço energético minimize o risco de colapso no sistema elétrico nacional.

O sol, astro regente de nosso sistema planetário, é também nossa fonte inesgotável de energia limpa para a vida na terra, e apostar em energia solar é apostar num futuro mais sustentável para a humanidade.

Benyamin Parham Fard
Empreendedor e Engenheiro
Especialista em Gestão da Sustentabilidade

publicado no jornal A NOTÍCIA em 25/08/2015