SUSTENTABILIDADE RESILIENTE

Ao analisarmos o desenvolvimento exitoso das cidades, devemos sempre observar sua capacidade de recuperação frente a adversidades ambientais, sociais e econômicas, ou seja, observar sua resiliência sob o tripé da sustentabilidade.

RoadAo utilizar o termo resiliência pela primeira vez no século 18 para descrever fenômenos físicos, o cientista inglês Thomas Young provavelmente não imaginou a ampla abrangência do seu significado.

Uma cidade resiliente é aquela que suporta estresse temporário sem permitir a ruptura, acumulando a energia deste momento para se reerguer, adaptando a si mesmo pela sua sobrevivência.

Essa capacidade de adaptação pode ser observada na teoria da seleção natural de Charles Darwin, sendo também aplicada à resiliência das cidades, pois somente tais desafios aos quais estes são submetidos possuem os ingredientes transformadores das sociedades.

Em suas teorias, Pitágoras de Samos afirmava que a ordem natural de todo o universo era a busca pela harmonia, pelo equilíbrio, mesmo que enfrentando momentos de caos.

Ao aplicar a resiliência ao tripé da sustentabilidade, o grande questionamento que paira é: como as cidades devem se preparar para recuperarem-se de eventuais intempéries naturais (como a falta d’água em São Paulo, por exemplo), ou riscos sociais (tal qual a baixa capacidade local de inclusão) ou mesmo riscos econômicos (como o fechamento de uma grande empresa, empregadora significativa de mão de obra local)?

Apesar de possuir complexa implementação, a resposta é relativamente simples: Planejamento, com ações de curto, médio e longo prazo, pautado em análises de cenários de risco, orientando iniciativas de diversificação e engajando pessoas, aumentando assim a resiliência local e permitindo uma maior capacidade de desenvolvimento sustentável.

Ainda, de forma análoga às cidades, a teoria da resiliência pode ser aplicada aos profissionais no mundo corporativo, através da capacidade de retornar ao seu equilíbrio emocional após sofrer grandes pressões ou estresse, restabelecendo a harmonia e assegurando assim sua própria sustentabilidade, seja ela financeira, relacional ou física.

É essa experiência que temos trazido à Jaraguá do Sul, pois uma cidade resiliente é composta por uma sociedade de cidadãos resilientes que praticam a sustentabilidade.

Benyamin Parham Fard
Engenheiro Especialista em
Gestão da Sustentabilidade

publicado no jornal A NOTÍCIA JARAGUÁ em 10/03/2015