CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS

Um tema novo para muitos, mas de resultados bastante positivos para o planeta, o conceito das Construções Sustentáveis vem de encontro com a nova filosofia global em torno da economia dos recursos naturais, do consumo consciente e de sistemas eficientes e inteligentes.

Green Building

A busca pela aplicação destes conceitos é prática comum em países desenvolvidos desde o final da década de 90.

Um dos mais respeitados e bem conceituados organismos mundiais neste setor é o WGBC – World Green Building Council (Conselho Mundial para Construções Sustentáveis), organização sem fins lucrativos comprometida com um futuro próspero e sustentável através da relação custo-eficiente e de economia de energia dos edifícios verdes.

O Green Building Council Brasil, criado em 2007, é uma das 14 entidades do WGBC, e é responsável pela promoção e divulgação das práticas de sustentabilidade em edificações, bem como parceira para a classificação global dos níveis de “comprometimento verde” das edificações, através da certificação LEED.

Para que se tenha uma ideia, somente nos Estados Unidos, os edifícios são responsáveis por cerca de 39% das emissões de CO2, 40% do consumo de energia e 13% do consumo de água global por ano, tornando a construção sustentável (ou o edifício verde) uma fonte de oportunidades econômicas e ambientais significativas, gerando empregos e renda.

Basicamente, nas construções sustentáveis o que mais importa é a melhoria no desempenho de todas as métricas, a economia de energia, eficiência no uso da água, redução de emissões de carbono, melhor qualidade interior e ambiental, gestão dos recursos e resíduos, bem como a sensibilidade para seus impactos.

Não só as grandes construtoras podem aderir à filosofia das construções sustentáveis, mas todos aqueles que quiserem adaptar este novo conceito às suas residências ou construções novas bem como as já existentes. Como dicas sugerem-se alguns passos para orientação de uma construção sustentável:

  • Planejamento da obra com projeto de arquitetura e paisagismo sustentável;
  • Aproveitamento dos recursos naturais como o sol, vento, vegetação existente para obter melhor iluminação, conforto termo-acústico e climatização.
  • Eficiência energética através da conservação e economia de energia, geração da própria energia através de painéis solares;
  • Gestão e economia da água através da redução e controle do consumo de água, bem como aproveitamento de parte da água pluvial disponível;
  • Gestão dos resíduos de construção civil;

Todos podem contribuir para que tenhamos um novo conceito de construções e edificações, que estejam em linha com a pratica da SUSTENTABILIDADE.

Benyamin Parham Fard
Engenheiro Especialista em
Gestão da Sustentabilidade

publicado no jornal FOLHASC em 23/10/2010

A ENERGIA QUE VEM DO LIXO

Em pleno século 21 é inconcebível que o crescente volume de lixo gerado nos municípios brasileiros seja tratado como há décadas atrás.

WTE Copenhagen

Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), ou lixo urbano, possuem diversas propriedades e possibilidades de reversão de ciclo para reciclagem, reuso ou até mesmo transformação em energia, e os mesmos podem ser classificados como:

  • Domésticos: papéis, jornais, restos de alimentos, tecidos, madeiras, restos de plantas, etc.;
  • Comerciais: resíduos de cozinha e papéis, embalagens de madeira e papelão, etc.;
  • Públicos: varrição de áreas públicas e os detritos da desobstrução de rios, canais e galerias, deslizamentos de encostas, além de animais mortos e despejos domésticos.

Segundo estatísticas do IBGE, aproximadamente 73% dos municípios brasileiros possuem até 20.000 habitantes, e destes municípios:

  • 72% ainda destinam seus resíduos aos Lixões;
  • 15% aos Aterros Controlados; e
  • Apenas 13% aos Aterros Sanitários.

A realidade brasileira no contexto “Destinação do Lixo” é basicamente o envio aos aterros, entretanto poucas pessoas pensam no destino do lixo como realmente se deveria, e como esta valiosa fonte de matéria prima pode gerar recursos energéticos e financeiros sem prejudicar o meio ambiente. Um processo amplamente utilizado nos países desenvolvidos para dar uma solução ambientalmente correta ao lixo que não pode ser reciclado ou reaproveitado é o processo de Incineração para Geração de Energia, também conhecido por Waste-to-Energy. O processo consiste basicamente na queima de resíduos a altas temperaturas em instalações apropriadas, para geração de energia térmica e energia elétrica. As cinzas – subproduto do processo e oriundas da queima que já não possuem mais características de quaisquer resíduos – podem ser destinadas a usinas de asfalto, cimento, construção civil, dentre diversas outras aplicações. Atualmente existem no mundo aproximadamente 650 usinas que queimam o lixo para transformá-lo em energia, com equipamentos de alta tecnologia e sistemas antipoluição construídos sob os mais rigorosos critérios científicos e de legislações ambientais na Europa, Estados Unidos e Japão. A análise crítica que deve ser feita por todos sobre o problema do lixo, e especialmente pelas autoridades públicas, é: “Por quanto tempo ainda o lixo será simplesmente “enterrado” em aterros pelo Brasil afora, se em outros países este mesmo lixo gera empregos, renda, recursos materiais, energia e especialmente deixa de poluir o meio ambiente?” Existem diversas soluções tecnológicas para o tratamento do lixo ao redor do mundo, mas tais ações devem necessariamente envolver iniciativa e vontade de fazer das prefeituras, governantes, empresas, ONG’s e da sociedade, para que o lixo esteja na rota da SUSTENTABILIDADE.

Benyamin Parham Fard Engenheiro Especialista em Gestão da Sustentabilidade

publicado no jornal FOLHASC em 09/10/2010

Rotatórias

publicado no jornal O CORREIO DO POVO em 11/03/2014

A humanização do trânsito é uma necessidade que vem sendo amplamente adotada em diversas cidades, no Brasil e no mundo, e trata de intervenções aparentemente simples e de baixo custo que resultam na redução significativa de conflitos e acidentes.
Um dos elementos que cumpre função estratégica neste contexto são as rotatórias e mini-rotatórias.
Desde o seu surgimento em 1909, na localidade inglesa de Letchworth Garden City, as rotatórias tem adquirido um importante papel no transito das cidades.
De acordo com o Departamento Nacional de Transportes dos Estados Unidos, a implantação de rotatórias em cruzamentos contribui com a redução local de 35% dos acidentes de trânsito, com consequente diminuição de 76% de lesões e queda de 90% de mortes.
Ainda, segundo dados divulgados pelo periódico The Economist em 2013, na década de 1960 o Laboratório de Pesquisas de Transito da Inglaterra desenvolveu uma versão miniatura das rotatórias (mini-rotatórias), também largamente utilizadas em todo o mundo, sendo que no Brasil elas tiveram inicio em São Paulo.
As mini-rotatórias são habitualmente empregadas em cruzamentos pouco movimentados, e servem como elementos de humanização do trafego, organizando a circulação dos veículos, sendo recomendado para o fluxo de três até quatro vias, além de servir como redutor de velocidade.
Em Jaraguá do Sul, as mini-rotatórias tem sido empregadas com ótimos resultados pela Diretoria Municipal de Trânsito e Transportes, proporcionando assim maior segurança aos pedestres, bem como organizando um melhor fluxo de veículos.
Para os ingleses, as rotatórias não são apenas uma solução inteligente para um cruzamento, mas também um triunfo da cooperação entre pessoas ao invés da confrontação no trânsito.

Benyamin Parham Fard
Engenheiro, Especialista em Gestão Ambiental e
Presidente do INSTITUTO JOURDAN

Meio Ambiente e as Micro e Pequenas Empresas

publicado no jornal DIÁRIO CATARINENSE em 11/03/2014

Ontem o governo do Estado enviou à Assembleia o projeto que cria o Estatuto da Micro e Pequena Empresa (MPE) de Santa Catarina. Logo após a aprovação, devemos lançar olhar especial para um importante tema que tem impactado a competitividade deste segmento: a temática ambiental. O momento não poderia ser mais propício para abordarmos a matéria na busca pela desburocratização, em especial, no que tange ao rito de licenciamento e seus custos.

A Constituição prevê tratamento diferenciado e favorecido às MPEs, o que é chancelado pela Lei Geral das MPEs e pelo Manifesto da Federação das Associações de MPEs e MEI de SC (Fampesc). Um dos primeiros passos para atender à previsão legal é criar uma tabela de grau de risco, classificando e diferenciando atividades. Ação relativamente simples, mas essencial para o tratamento diferenciado, a exemplo do que fez Jaraguá do Sul em 2013.

Além disso, para garantir o tratamento favorecido é fundamental assegurar celeridade nas análises dos processos ambientais das MPEs e reduzir o valor das taxas de licenciamento ambiental, de controle e fiscalização. Também é vital regulamentar a visita orientadora pelos órgãos fiscalizadores, que — salvo nos casos graves — deve servir para instruir as empresas sobre formas ambientalmente corretas de se manterem regulares.

O BNDES poderia apoiar com linhas de crédito a fundo perdido para elaboração de projetos, aquisição de equipamentos e serviços para adequação ambiental, e financiamento para a contratação de assessoria técnica de controle ambiental. Essas ações devem ser tratadas como políticas públicas devido à função social das MPEs, que garantem desenvolvimento e geração de emprego e renda.

Benyamin Parham Fard
Engenheiro, Especialista em Meio Ambiente e
Presidente do INSTITUTO JOURDAN